O ceratocone é uma deformidade progressiva da córnea, o primeiro cristalino do olho que realiza a convergência dos feixes de luz na retina, e o outro cristalino do olho. Em pacientes com ceratocone, a córnea sofre alterações estruturais devido à fragilidade de suas fibras de colágeno, deformando-a e afinando-a, distorcendo sua curvatura natural. Tem formato cônico, causando miopia e astigmatismo, e uma série de problemas que levam à perda severa da visão nesses pacientes. A origem do ceratocone é hereditária e geralmente aparece no final da infância e início da adolescência. Os hábitos frequentes de coçar os olhos também podem acelerar o desenvolvimento de ceratocone, que é frequentemente observado em pacientes com conjuntivite alérgica devido aos hábitos frequentes de coçar os olhos. Logo, os óculos param de corrigir as imagens embaçadas causadas pelo ceratocone. Nestes casos, as lentes de contato rígidas podem corrigir parcialmente as deformidades da córnea. O ceratocone costuma ser diagnosticado em exames de rotina e surge na adolescência. É uma doença progressiva que geralmente se estabiliza entre os 30 e 45 anos. No entanto, algumas medidas têm ajudado a retardar o seu desenvolvimento. Saiba como evitar o desenvolvimento do ceratocone com a ajuda deste artigo.
Tratamento de reticulação: fortalecer as fibras de colágeno
O cross-linking é uma técnica muito eficaz para estabilizar a progressão das deformidades da córnea causadas por doenças. Este tratamento fortalece as fibras de colágeno da córnea por meio de estimulação com luz ultravioleta associada à instilação de riboflavina (vitamina B2), que ajuda a prevenir o desenvolvimento de ceratocone. O processo é realizado com rapidez e precisão. Após a remoção do epitélio da córnea, instilou-se riboflavina por 30 minutos enquanto se expunha a córnea exposta à luz ultravioleta. A riboflavina aumenta a reticulação e protege a camada interna da córnea. Ao final do procedimento, uma lente de contato temporária será colocada e deverá permanecer no olho até a cicatrização da córnea (esse processo dura cerca de quatro dias). Durante os primeiros dias, os pacientes geralmente apresentam fotofobia (aumento da sensibilidade à luz) e lacrimejamento. Os primeiros resultados começam a ser notados nos primeiros dias, a visão melhora gradativamente.
Anel de estoma interno: cirurgia para interromper a progressão do ceratocone
O implante de anel de estoma é uma das soluções cirúrgicas para conter a progressão do ceratocone e é adequado para casos leves a moderados. Esses anéis são feitos de polimetilmetacrilato e atuam mecanicamente na córnea. Inseridos em sua camada central, eles esticam o centro da córnea, tornando-a menos curvada e torcida. A cirurgia é realizada com gotas anestésicas e as incisões são feitas na ordem de milímetros. Após a cirurgia, os pacientes poderão retornar às atividades diárias normais dentro de alguns dias. Os pacientes que se beneficiam desse procedimento são aqueles que não se adaptam bem às lentes corretivas. O resultado é uma qualidade visual aprimorada. A implantação de um anel de estoma reduz os defeitos ópticos, mas miopia e/ou astigmatismo ainda podem estar presentes. Nesses casos, a condição secundária é corrigida com o uso de lentes de contato, óculos ou cirurgia refrativa. A correção a laser guiada por topografia (cirurgia a laser individualizada) aliada ao cross-linking corrige deformidades parciais já existentes na córnea, antes da aplicação do cross-linking. Isso endurece a córnea e reduz as deformidades que causam visão distorcida. Esse tratamento personalizado é obtido por meio do mapa de relevo corneano medido pelo exame pré-operatório, que informa ao laser as áreas da córnea que precisam ser corrigidas. A correção dessas deformidades melhora a clareza da visão. Os resultados deste tratamento foram superiores ao cross-linking sozinho, e a implantação de anéis estromais foi evitada.
Transplante de córnea:
A solução definitiva para o tratamento do ceratocone
Interromper a progressão do ceratocone é fundamental para iniciar o tratamento no início da doença e evitar a necessidade de procedimentos mais invasivos. Para pacientes com doença avançada, os métodos de tratamento acima não são adequados e a solução é o transplante de córnea. Hoje, no entanto, poucos casos evoluem para uma necessidade tão extrema.
